A Viagem da Gotinha | |
Por Maria Machado (Professora), em 2012/03/05 | 1218 leram | 0 comentários | 329 gostam |
A seca já vai longa e a falta de água começa a preocupar a população portuguesa. Em certas regiões do globo a falta de água está na origem da morte de milhares e milhares de pessoas, sendo que muitas são crianças. | |
A seca já vai longa e a falta de água começa a preocupar a população portuguesa. Em certas regiões do globo a falta de água está na origem da morte de milhares e milhares de pessoas, sendo que muitas são crianças. O homem não tem vindo a respeitar a Natureza, poluindo constantemente os recursos hídricos de uma forma constante e absurda. O resultado está à vista... Os versos que seguem fiz para a Margarida, a minha querida filha, que me perguntou se a água do mar era salgada por lá ter o bacalhau de molho! Espero que ela e todos voçês que aqui andam na escola, em tempo de desenvolver competências e valores, cresçam descobrindo que na Natureza tudo tem uma razão de ser e se esforçe por defender o seu equlíbrio e harmonia. A viagem da gotinha Eu era uma gotinha Presa a uma nuvem de algodão. Quando a nuvem se furou Deixou-me cair no chão. Fiquei muito aflita, Sem saber o que fazer. Encontrei outras gotinhas Que ali passavam a correr. Perguntei-lhes onde iam, Começaram a sorrir! "Vamos para a nascente! Tu também queres vir?" E assim todas juntinhas, Por entre cascalhos e mata, Surgimos fonte de vida, Água pura na cascata. De poça em poça caí, Lavando os seixos de cor. Vou arrantando os sais, Que me oferecem o sabor. Olho em volta de mansinho Começo-me a animar... Já somos um ribeirinho Que corre para o mar. Como gotinha de água Tranquila e transparente Lá fui descendo a encosta, Matando a sede à gente. Até que cheguei à foz, Onde o rio se junta ao mar. Mergulhei nas suas ondas Para os peixinhos saudar. A gotinha, tão doce e tão terna, A todos os peixinhos beijava.. Qando sentiu o calor do sol Que para cima a chamava. Pela água acima subiu Como se barbatanas e asas ganhasse A caminho de uma nuvem branquinha Que nos seus braços a guardasse. Assim respondeu ao sol Cheia de graciosidade. É a história da gotinha Que desafiou a gravidade! Maria do Sameiro Machado | |
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