Aprender a viver juntos | |||||
Por Elisabeth Perestrelo (Professor), em 2012/02/29 | 1387 leram | 0 comentários | 319 gostam | ||||
O século XXI trouxe mudanças radicais em alguns aspectos da educação, cabendo ao professor adoptar novas perspectivas sobre o significado da aprendizagem académica e sobre o que constitui uma comunidade na sua relação com as escolas. | |||||
Entre os vários desafios que encontro, como professora de línguas, o primeiro é o de ensinar numa sociedade multicultural. No AEDFS, temos de conciliar uma grande variedade de diferenças de aprendizagens e culturas. Aqui muitos dos nossos são estrangeiros: romenos, sérvios, chineses, brasileiros, etc., e de diferentes etnias. Consciente das suas dificuldades de integração e do esforço que têm de fazer para aprender espanhol quando mal sabem português e quando os conhecimentos de inglês são básicos, procuro desenvolver actividades de aula inclusivas e de partilha de culturas. Uma dessas aulas ocorreu esta semana e foi das aulas mais bonitas de espanhol que leccionei. E o mérito foi da Ting Chen (Chitty) e dos alunos do 7.º 6. A Ting Chen trouxe para aula vários objetos tradicionais e, com muito esforço, explicou a sua história e uso. Trouxe ainda alguns alimentos que partilhou com alegria. Falou-se espanhol, inglês, português, chinês e divertimo-nos muito mas o mais importante é que comunicámos e partilhámos. Aprender a viver juntos e a relacionar-nos numa base mais igualitária implica mudanças e eu vi-as acontecer nessa aula. A Ting Chen perdeu a timidez e os alunos da turma entenderam e aceitaram melhor a sua diferença. Agendado ficou um almoço na cantina para que possamos aprender a comer com hashi (pauzinhos) e ensinar a Ting Chen a comer com talheres. Segredos que se partilharam, silêncios que se quebraram e sorrisos que se abriram. Um deles, o meu. | |||||
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