Motivação e teatro de vozes | |
Por José Machado (Professor), em 2012/09/06 | 989 leram | 0 comentários | 269 gostam |
Três poemas: um para os alunos do pré-escolar e do primeiro ciclo, outro para os alunos do segundo e terceiro ciclos e outro para os professores e demais comunidade escolar. | |
Aos alunos do Pré-escolar e do 1º ciclo Ninguém nasce ensinado, As coisas não caem do céu; Se queres ir a algum lado, Tens de andar, de ganhar o que é teu. Já lá diz o ditado: «Quem corre por gosto, não cansa»; Se tu ficas parado, Todo o mundo te passa e avança. Abre lá o teu caderno, Escreve o que estás a dizer, Diz o que estás a pensar, Pensa o que estás a fazer; Não tenhas medo de errar, Quem dá erros está a aprender; Nestas coisas de falar e de ler e de escrever É preciso praticar. Apaga tudo E volta a escrever por cima, Que aprender, ó meu amigo, É trabalho de oficina. Aos alunos do 2º e 3º ciclos Entra com o pé direito Quer dizer, com a vontade De levares tudo a peito, Com responsabilidade; Que aprender é um direito E um dever da liberdade. Aproveita bem o tempo, Dá futuro à tua vida, Que a escola é o fundamento De caminhos com saída. Faz tudo com sentimento, Conta, peso e medida. Seja a tua educação Um projecto de rigor, Misturando com paixão O trabalho e o bom humor. Teatro de vozes para abertura do ano escolar 2012/2013 (Ouve-se a melodia de José Afonso «Canção de embalar» em versão instrumental. Pára e ouvem-se as 3 vozes e o coro no fim de cada série. O coro canta a melodia.) Voz 1 (da rua) Todo o nosso tempo é de crise, Rápida erosão do que era estável, Crua exibição do improvável, Fundo abatimento e deslize. Voz 2 (da casa) Mas foi sempre assim, diz a história, Bem disse Camões que a mudança Não era valor de temperança, Era de si mesma transitória. Voz 3 (da escola) No meio de nós há uma fragância, Toda ansiedade, voz primária, Fonte da ternura visionária, Posta no vergel jardim-de-infância. Coro Levanta a cabeça, professor, Enche o peito na fúria do tempo, Que os jovens requerem teu fulgor E o futuro é o teu alento. Voz 1 Votos e promessas andam juntos Quando ao poder se quer chegar; Mais tarde virá quem vai pagar, Sapatos de vivos e defuntos. Voz 2 Ontem, como hoje, já se viu, Sofre, quem não tem, piores tormentos, Que em mar de maiores contentamentos, Nada quem roubou, comprou, fugiu. Voz 3 No meio de nós há o bulício De olhos, mãos e mentes inquietas, Ávidas por novas descobertas, Por saber das letras o ofício. Coro Levanta a cabeça, professor, Enche o peito na fúria do tempo, Que os jovens requerem teu fulgor E o futuro é o teu alento. Voz 1 Cursos ou estudos apressados Garantem acesso a mordomias, Poupam e libertam energias Pra voos mais altos e ousados. Voz 2 Bom senso e bom gosto retemperam Jogos, equilíbrios e partilhas; Voraz é a fome das matilhas Que à dextra e sinistra nos governam. Voz 3 No meio de nós, a adrenalina Corre pelas turmas, pelos rostos, Dá-se em euforias e desgostos, Vive como estrela peregrina. Coro Levanta a cabeça, professor, Enche o peito na fúria do tempo, Que os jovens requerem teu fulgor E o futuro é o teu alento. JOSÉ MACHADO / BRAGA / 2012 / SETEMBRO | |
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