Castelos de Portugal - 2 | |||
Por Afonso Machado (Professor), em 2012/04/16 | 2420 leram | 0 comentários | 328 gostam | ||
O castelo de Monforte (Chaves) e o acontecimento dos figos | |||
O Castelo de Monforte, também referido como Castelo de Monforte de Rio Livre, em Trás-os-Montes, localiza-se na freguesia de Águas Frias, povoação de Monforte, concelho de Chaves, distrito de Vila Real, em Portugal. Ergue-se sobre uma das escarpas da serra do Brunheiro, em posição dominante sobre a povoação e a ribeira de Águas Livres. Junto existia uma povoação que, segundo a lenda, desapareceu quase na totalidade devido ao mau caráter demonstrado pelo infante D. Francisco de Bragança, filho de D. Pedro II e irmão de D. João V, que era o senhor daquelas terras por direito do Infantado. Sabendo que certo dia o infante ia fazer-lhes uma visita oficial, os vereadores dicidiram presenteá-lo com o melhor que tinham. Dado que a terra era muito pobre e praticamente só produzia pinhas mansas e figos, decidiram oferecer-lhe uma cesta cheia de figos que eram muito doces e saborosos. Enfeitaram as ruas com arcos de verdura e flores, chegando mesmo, a comprar foguetes e a contratar um gaiteiro galego para animar a visita. Quando chegou o dia da visita e a hora da oferenda, D. Francisco perdeu a cabeça quando reparou que a prenda oficial era uma cesta de figos coberta com um pano de linho. Considerou aquilo como uma ofensa e logo mandou amarrar o autor da ideia, a uma árvore. De seguida, e depois de tomar fôlego, ordenou que toda a sua comitiva atirasse com os figos à cara do pobre do aldeão. Depois, D. Francisco e a sua comitiva retiraram-se para os seus aposentos onde pernoitaram. A população ficou atónita com o sucedido e depois do castigo foram libertar o vizinho, mas este na sua inocência, só dizia: "Ena, que sorte eu tive, em lhe oferecermos os figos em vez das pinhas!". Reza a lenda que a população, não satisfeita com a atitude do Infante, deecidiu, durante a noite, abandonar a aldeia refugiando-se em locais fora da jurisdição do Infante D. Francisco, nomeadamente na Galiza. Quando este acordou a aldeia estava deserta. Perante este gesto muito pouco abonador do caráter do Infante, tanto o abade como o governador da fortaleza, que era André da Cunha Melo, abandonaram os seus postos e cargos, regressando o abade às Eiras e o governador às suas terras de Moncorvo. Pelos vistos na altura ainda havia gente com caráter e com valores… | |||
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